
Sinto falta de um estudo cuidadoso sobre os impactos que poderiam ser gerados após a divisão e o que percebo é que os maiores interessados na divisão do estado são grandes proprietários de terras, como pode ser visto na imagem abaixo (clique para ampliar).
Como é visto, nenhum dos maiores interessados na divisão é paraense. Não só isso, baseado em suas profissões e, a partir disto, em seus salários, entende-se que todos são grandes proprietários de terras. Agora porque eles estão tão interessados nesta divisão?
Quanto ao Carajás, todos sabem que o verdadeiro interesse na criação deste estado é se beneficiar da exploração de minérios, estando isto submetido aos interesses da Vale. Em síntese, a mineração terá um dominador e nada garante que os recursos produzidos pela extração destes minérios vá ser aplicada para o bem estar social da população que residiria naquele estado.
O Pará que sobra sofreria com um território pequeno para abrigar seus mais de 4 milhões de habitantes sem recursos vindos da exploração de minérios e da agropecuária.
Resumindo, ficou claro que esta divisão não trará muitos benefícios à população de nenhum dos novos estados. Ela, a divisão, não passa de uma estratégia política para beneficiar apenas os políticos e os ricos locais. Na verdade, surgiriam três estados medíocres e cheios de dívidas e o Pará, que já possui inúmeros problemas, estaria fadado à falência e ao esquecimento.
Não defendo o modo como o governo tratou essas regiões separatistas, principalmente a área designada ao Tapajós, historicamente esquecida pelo poder estadual. Pelo contrário, creio que resolvendo os problemas do interior do estado, como saúde, educação e segurança, por exemplo, traria benefícios também para a capital do estado. Mas não acredito que dividir o atual Pará seja a melhor solução para "acabar" com os problemas destas regiões. O que falta é a população paraense se unir contra os maus políticos e exigir melhorias em todos os sentidos, para todas as regiões.