sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Divisão do Estado do Pará - Plebiscito

Querido diário,

No próximo dia 11 de dezembro será realizado o plebiscito para decidir sobre a divisão do Estado do Pará em três estados (Pará, Carajás e Tapajós), assunto que já foi abordado aqui. Entretanto, na abordagem passada, não fui bem claro sobre minha opinião em relação à este plebiscito. Então, por que votarei Não e Não?
Na postagem anterior deixei subentendido que meu voto seria não para a criação de Carajás e não para a criação de Tapajós. Entretanto, ao contrário do que muitos estão pensando, não votarei 'não' só para manter as riquezas minerais e/ou latifundiárias no Pará, mas, e principalmente, por não gostar da forma como este plebiscito está sendo abordado e discutido pelas partes interessadas.
O que vejo nas campanhas televisivas é um monte de abordagens indiretas e constatações de problemas que existem em todo o Brasil, característicos de um país em desenvolvimento. Não consigo sentir a verdade nas palavras vazias de sentido cuidadosamente escolhidas pelos representantes de ambas as frentes (pró e contra a criação), partindo, assim, de meu próprio entendimento sobre o assunto para tomar a decisão do meu voto.
Sinto falta de um estudo cuidadoso sobre os impactos que poderiam ser gerados após a divisão e o que percebo é que os maiores interessados na divisão do estado são grandes proprietários de terras, como pode ser visto na imagem abaixo (clique para ampliar).



Como é visto, nenhum dos maiores interessados na divisão é paraense. Não só isso, baseado em suas profissões e, a partir disto, em seus salários, entende-se que todos são grandes proprietários de terras. Agora porque eles estão tão interessados nesta divisão?
Caso ocorra a divisão, dois novos estados serão criados, isto significa o surgimentos de muitos cargos políticos, como 2 vagas para Governador, dezenas de vagas para deputado e inúmeras secretarias estaduais. E advinha quem serão os candidatos a estas novas vagas... Nem quero imaginar o estrago feito por grandes proprietários de terra comandando um estado como o Tapajós que terá a maior parcela territorial e o maior índice de pobreza do atual Pará.
Quanto ao Carajás, todos sabem que o verdadeiro interesse na criação deste estado é se beneficiar da exploração de minérios, estando isto submetido aos interesses da Vale. Em síntese, a mineração terá um dominador e nada garante que os recursos produzidos pela extração destes minérios vá ser aplicada para o bem estar social da população que residiria naquele estado.
O Pará que sobra sofreria com um território pequeno para abrigar seus mais de 4 milhões de habitantes  sem recursos vindos da exploração de minérios e da agropecuária.
Resumindo, ficou claro que esta divisão não trará muitos benefícios à população de nenhum dos novos estados. Ela, a divisão, não passa de uma estratégia política para beneficiar apenas os políticos e os ricos locais. Na verdade, surgiriam três estados medíocres e cheios de dívidas e o Pará, que já possui inúmeros problemas, estaria fadado à falência e ao esquecimento.


Não defendo o modo como o governo tratou essas regiões separatistas, principalmente a área designada ao Tapajós, historicamente esquecida pelo poder estadual. Pelo contrário, creio que resolvendo os problemas do interior do estado, como saúde, educação e segurança, por exemplo, traria benefícios também para a capital do estado. Mas não acredito que dividir o atual Pará seja a melhor solução para "acabar" com os problemas destas regiões. O que falta é a população paraense se unir contra os maus políticos e exigir melhorias em todos os sentidos, para todas as regiões.

Como já dizia o ditado: A união faz a força!

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