sábado, 25 de setembro de 2010

Jogo Político

Querido diário,

Cinco contra cinco. Este foi o resultado final na votação para decidir se a lei da Ficha Limpa seria válida ou não para as próximas eleições (Outubro). Um empate num assunto assim tão importante… Será possível?!
Nada me tira da cabeça que isto não passou de um jogo armado antecipadamente. Uma forma de adiar o resultado, sendo este favorável (no caso da aprovação) ou não, e assim manter o projeto fora do processo eleitoral desse ano. Desse modo o projeto só entrará em vigor para as eleições de 2012.
O que significa? Além de expressar que a política é encarada como uma palhaçada pelos próprios atores que nela atuam e dela sobrevivem, mostra que continuaremos a ter, como candidatos e possíveis eleitos, dependendo da ignorância da população (e quando digo isto não duvido que seja possível), aqueles mesmos políticos que abusaram de politicagens para se apropriar de bens e serviços que deveriam ser de todos os habitantes desse país. Refiro-me a todos aqueles escândalos que outrora saíam nos jornais (e ainda saem), de políticos aproveitando do dinheiro que deveria ser público para curtir a própria vida como se ninguém mais importasse. E qual a novidade? Pelo visto, para eles ninguém mais importa!
Eu ainda tenho que reclamar que isto não é o pior de tudo. A pior parte é que o povo burro ainda elege aqueles mesmos. E enquanto os eleitores não perceberem que algo deve ser feito para ir de encontro a essa situação, os políticos continuarão a passar por cima de tudo e de todos; o país, no aspecto social principalmente, permanecerá com o status de subdesenvolvimento.
Se 50% mais um dos eleitores do Brasil votarem nulo, as eleições serão anuladas e os candidatos – provavelmente – serão trocados. Talvez desse modo eles passem a ver a vida política com alguma seriedade, percebam que a população agora busca mudar a realidade na qual está inserida e assim passem a investir mais no país. Sonho meu? Talvez...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Comemoração de Independência?

Querido diário,

Ontem, enquanto assistia o horário eleitoral gratuito do candidato a governador do Pará, Cleber Rabelo, ouvi a seguinte frase: "Mas você acha que o Brasil é um país independente?", seguida de um relato sobre a Dívida Externa. Isto me fez refletir por alguns instantes e logo cheguei à minha própria conclusão.
O primeiro empréstimo externo do país aconteceu na época do Império e ficou conhecido como "empréstimo português". Este foi feito com a Inglaterra para cobrir dívidas do período colonial e significava um pagamento a Portugal pelo reconhecimento da independência. Desde então e até o fim da monarquia, vários outros foram feitos para quitar os débitos dos anteriores. De 1864 a 1870 aconteceu a Guerra do Paraguai, trazendo mais dívidas para o país com a Inglaterra.
Em 1956, Juscelino Kubitschek assume o governo do país e apresenta o seu Plano de Metas, que pretendia "desenvolver o país cinquenta anos em apenas cinco de governo", investindo em infra-estrutura (rodovias, hidrelétricas e aeroportos) e indústrias. Ele permitiu a entrada de multinacionais e construiu Brasília, a nova capital do Brasil (que até então era o Rio de Janeiro). Tanto desenvolvimento trouxe seu custo, pois JK fez muitos empréstimos, aumentando a dívida externa significativamente e, ao abrir a economia, tornou o país ainda mais dependente do capital internacional.
Na década de 70, o país, durante o governo militar, viveu o milagre econômico. Investimentos de capitais estrangeiros, principalmente estadunidenses, alavancaram o desenvolvimento do país. No entanto, com a crise do Petróleo de 1979, aumentando absurdamente o preço do barril, a dívida externa disparou devido à cobrança dos empréstimos contraídos e o fato de que o país importava 85% do petróleo que consumia. Assim entramos na década de 80, ou década perdida para a economia latinoamericana, com crises econômicas e sociais, déficit na balança comercial, aumento da dívida externa e dos juros e até redução do PIB brasileiro.

Desde então os governos brasileiros tentam amenizar a dívida, pagando seus altos juros. Em 2002 houve outro empréstimo, no valor de US$ 15,5 bilhões, por motivo das baixas reservas do país. Este último venceria em 2006 e 2007, porém foi pago antecipadamente em 2005, pelo presidente Lula, economizando US$900 milhões em juros. Atualmente a dívida externa está estimada em mais de US$255 bilhões de dólares (dado de junho, pelo BC).

Sendo assim, parte do dinheiro arrecadado pela nação serve para o pagamento das dívidas externas e não para ser investido no desenvolvimento do próprio país. Com isso, enquanto as dívidas não forem quitadas, o Brasil continuará a serviço dos países estrangeiros, não podendo ser considerado, portanto, um país totalmente independente.

Fontes:
1 - Oglobo.globo: Histórico da dívida externa
2 - SuaPesquisa: Governo JK
3 - Wikipédia: Década Perdida
4 - G1.globo: dívida externa sobe