terça-feira, 7 de setembro de 2010

Comemoração de Independência?

Querido diário,

Ontem, enquanto assistia o horário eleitoral gratuito do candidato a governador do Pará, Cleber Rabelo, ouvi a seguinte frase: "Mas você acha que o Brasil é um país independente?", seguida de um relato sobre a Dívida Externa. Isto me fez refletir por alguns instantes e logo cheguei à minha própria conclusão.
O primeiro empréstimo externo do país aconteceu na época do Império e ficou conhecido como "empréstimo português". Este foi feito com a Inglaterra para cobrir dívidas do período colonial e significava um pagamento a Portugal pelo reconhecimento da independência. Desde então e até o fim da monarquia, vários outros foram feitos para quitar os débitos dos anteriores. De 1864 a 1870 aconteceu a Guerra do Paraguai, trazendo mais dívidas para o país com a Inglaterra.
Em 1956, Juscelino Kubitschek assume o governo do país e apresenta o seu Plano de Metas, que pretendia "desenvolver o país cinquenta anos em apenas cinco de governo", investindo em infra-estrutura (rodovias, hidrelétricas e aeroportos) e indústrias. Ele permitiu a entrada de multinacionais e construiu Brasília, a nova capital do Brasil (que até então era o Rio de Janeiro). Tanto desenvolvimento trouxe seu custo, pois JK fez muitos empréstimos, aumentando a dívida externa significativamente e, ao abrir a economia, tornou o país ainda mais dependente do capital internacional.
Na década de 70, o país, durante o governo militar, viveu o milagre econômico. Investimentos de capitais estrangeiros, principalmente estadunidenses, alavancaram o desenvolvimento do país. No entanto, com a crise do Petróleo de 1979, aumentando absurdamente o preço do barril, a dívida externa disparou devido à cobrança dos empréstimos contraídos e o fato de que o país importava 85% do petróleo que consumia. Assim entramos na década de 80, ou década perdida para a economia latinoamericana, com crises econômicas e sociais, déficit na balança comercial, aumento da dívida externa e dos juros e até redução do PIB brasileiro.

Desde então os governos brasileiros tentam amenizar a dívida, pagando seus altos juros. Em 2002 houve outro empréstimo, no valor de US$ 15,5 bilhões, por motivo das baixas reservas do país. Este último venceria em 2006 e 2007, porém foi pago antecipadamente em 2005, pelo presidente Lula, economizando US$900 milhões em juros. Atualmente a dívida externa está estimada em mais de US$255 bilhões de dólares (dado de junho, pelo BC).

Sendo assim, parte do dinheiro arrecadado pela nação serve para o pagamento das dívidas externas e não para ser investido no desenvolvimento do próprio país. Com isso, enquanto as dívidas não forem quitadas, o Brasil continuará a serviço dos países estrangeiros, não podendo ser considerado, portanto, um país totalmente independente.

Fontes:
1 - Oglobo.globo: Histórico da dívida externa
2 - SuaPesquisa: Governo JK
3 - Wikipédia: Década Perdida
4 - G1.globo: dívida externa sobe

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