Querido diário,
No próximo dia 11 de dezembro será realizado o plebiscito para decidir sobre a divisão do Estado do Pará em três estados (Pará, Carajás e Tapajós), assunto que já foi abordado aqui. Entretanto, na abordagem passada, não fui bem claro sobre minha opinião em relação à este plebiscito. Então, por que votarei Não e Não?
Na postagem anterior deixei subentendido que meu voto seria não para a criação de Carajás e não para a criação de Tapajós. Entretanto, ao contrário do que muitos estão pensando, não votarei 'não' só para manter as riquezas minerais e/ou latifundiárias no Pará, mas, e principalmente, por não gostar da forma como este plebiscito está sendo abordado e discutido pelas partes interessadas.
O que vejo nas campanhas televisivas é um monte de abordagens indiretas e constatações de problemas que existem em todo o Brasil, característicos de um país em desenvolvimento. Não consigo sentir a verdade nas palavras vazias de sentido cuidadosamente escolhidas pelos representantes de ambas as frentes (pró e contra a criação), partindo, assim, de meu próprio entendimento sobre o assunto para tomar a decisão do meu voto.
Sinto falta de um estudo cuidadoso sobre os impactos que poderiam ser gerados após a divisão e o que percebo é que os maiores interessados na divisão do estado são grandes proprietários de terras, como pode ser visto na imagem abaixo (clique para ampliar).
Sinto falta de um estudo cuidadoso sobre os impactos que poderiam ser gerados após a divisão e o que percebo é que os maiores interessados na divisão do estado são grandes proprietários de terras, como pode ser visto na imagem abaixo (clique para ampliar).
Como é visto, nenhum dos maiores interessados na divisão é paraense. Não só isso, baseado em suas profissões e, a partir disto, em seus salários, entende-se que todos são grandes proprietários de terras. Agora porque eles estão tão interessados nesta divisão?
Caso ocorra a divisão, dois novos estados serão criados, isto significa o surgimentos de muitos cargos políticos, como 2 vagas para Governador, dezenas de vagas para deputado e inúmeras secretarias estaduais. E advinha quem serão os candidatos a estas novas vagas... Nem quero imaginar o estrago feito por grandes proprietários de terra comandando um estado como o Tapajós que terá a maior parcela territorial e o maior índice de pobreza do atual Pará.
Quanto ao Carajás, todos sabem que o verdadeiro interesse na criação deste estado é se beneficiar da exploração de minérios, estando isto submetido aos interesses da Vale. Em síntese, a mineração terá um dominador e nada garante que os recursos produzidos pela extração destes minérios vá ser aplicada para o bem estar social da população que residiria naquele estado.
O Pará que sobra sofreria com um território pequeno para abrigar seus mais de 4 milhões de habitantes sem recursos vindos da exploração de minérios e da agropecuária.
Resumindo, ficou claro que esta divisão não trará muitos benefícios à população de nenhum dos novos estados. Ela, a divisão, não passa de uma estratégia política para beneficiar apenas os políticos e os ricos locais. Na verdade, surgiriam três estados medíocres e cheios de dívidas e o Pará, que já possui inúmeros problemas, estaria fadado à falência e ao esquecimento.
Não defendo o modo como o governo tratou essas regiões separatistas, principalmente a área designada ao Tapajós, historicamente esquecida pelo poder estadual. Pelo contrário, creio que resolvendo os problemas do interior do estado, como saúde, educação e segurança, por exemplo, traria benefícios também para a capital do estado. Mas não acredito que dividir o atual Pará seja a melhor solução para "acabar" com os problemas destas regiões. O que falta é a população paraense se unir contra os maus políticos e exigir melhorias em todos os sentidos, para todas as regiões.
Quanto ao Carajás, todos sabem que o verdadeiro interesse na criação deste estado é se beneficiar da exploração de minérios, estando isto submetido aos interesses da Vale. Em síntese, a mineração terá um dominador e nada garante que os recursos produzidos pela extração destes minérios vá ser aplicada para o bem estar social da população que residiria naquele estado.
O Pará que sobra sofreria com um território pequeno para abrigar seus mais de 4 milhões de habitantes sem recursos vindos da exploração de minérios e da agropecuária.
Resumindo, ficou claro que esta divisão não trará muitos benefícios à população de nenhum dos novos estados. Ela, a divisão, não passa de uma estratégia política para beneficiar apenas os políticos e os ricos locais. Na verdade, surgiriam três estados medíocres e cheios de dívidas e o Pará, que já possui inúmeros problemas, estaria fadado à falência e ao esquecimento.
Não defendo o modo como o governo tratou essas regiões separatistas, principalmente a área designada ao Tapajós, historicamente esquecida pelo poder estadual. Pelo contrário, creio que resolvendo os problemas do interior do estado, como saúde, educação e segurança, por exemplo, traria benefícios também para a capital do estado. Mas não acredito que dividir o atual Pará seja a melhor solução para "acabar" com os problemas destas regiões. O que falta é a população paraense se unir contra os maus políticos e exigir melhorias em todos os sentidos, para todas as regiões.
Como já dizia o ditado: A união faz a força!